Como é que querem que eu vá acreditar na Justiça brasileira?

 

Abro o site de Zero Hora e lá está estampada a manchete: "Auxilio-moradia no Judiciário custará R$ 110 milhões por ano aos cofres públicos do Rio Grande do Sul". Isto é justiça? Juízes, desembargadores, promotores e procuradores que recebem subsídios entre R$ 19,3 mil e R$ 26,8 mil deverão ser contemplados com auxílio-moradia de R$ 4,3 mil mensais. E a maioria mora em suas próprias residências. Enquanto isto, o professor pede para ganhar, e é Lei, o piso e o governo diz não ter recursos. O brigadiano e o policial civil colocam suas vidas em jogo para defender a população ganhando míseros milréis. E ainda sou obrigado a ouvir do presidente do Conselho de Comunicação do TJ, desembargador Túlio Martins, que "decisão judicial se cumpre". E como explicar que o Estado não paga o piso aos professores? E como o Estado não paga os precatórios? Não é decisão judicial? A Lei no Brasil, de fato, não é igual para todos.
  O Inter tirou a barriga da miséria. Pegou o pobre Criciúma, fez 3 a 0 e poderia ter feito muito mais. Pelo menos mais um gol, o pênalti que Rafael Moura chutou para a defesa do goleiro Bruno. O time começou titubeante e chegou a dar impressão que iria sofrer muito para bater a equipe catarinense que se adonou de umas das vagas do grupo da degola e teima em não largar. 
  Reclamo aqui que o Fabrício não vai a linha de fundo. Pois na única vez que foi, saiu o gol de Aránguiz. Na abertura do segundo tempo, veio o gol do Sasha e logo em seguida do D'Alesandro, num passe milimétrico do garoto que nesta quarta-feira foi muito bem, o que não vinha acontecendo.
  Quando o mar não está para peixe, não adianta querer pescar. Foi o que aconteceu com Rafael Moura. O grupo tentou dar uma força para ele e permitiu que fosse o cobrador do pênalti que o árbitro marcara em cima do Sasha. Pois não é que o cara telegrafou e o goleiro Bruno fez a defesa.
  No Rio, o Grêmio parecia estar disputando um GP de F1. Entrou a mil e deixou o Fluminense sem ação. Foi um jogo aberto, mas as melhores chances foram do Grêmio. Uma que bateu na trave com Cavalieri vencido e outra que se chocou com o travessão. Escrevi, ontem, que o Grêmio tinha sim condições de voltar do Rio com um ponto. E trouxe mais do que isto, trouxe a vaga no G-4.

Luiz Carlos Oliveira, jornalista