O retrocesso da várzea

Procurei ao longo de ontem, terça-feira, ouvir a opinião de alguns presidentes de ligas com relação as novas diretrizes ditadas pela gerência de futebol da Sme. E senti uma certa frustração com a abolição do Banco de Dados e a consequente liberação para que um jogador possa atuar, dentro de uma mesma categoria, por várias equipes de ligas diferentes. A proibição foi uma batalha de alguns dirigentes de ligas com o apoio do então gerente de futebol José Mocellin. Buscava-se a identificação do jogador com determinada equipe. Ele iniciava e terminava o ano vestindo uma mesma camisa. Só poderia se transferir para outro time na fase do municipal e assim mesmo para uma equipe da sua Liga, desde que a sua não estivesse classificada. A conquista foi saudada pela maioria. Agora, tudo foi por água abaixo. Na minha opinião, eu que era adepto a identificação do jogador com a sua equipe, foi um retrocesso que o professor Amilco Pereira Neto e seus comandados proporcionaram ao futebol de várzea. Uma pena. 

Fiquei sabendo que os presidentes de Ligas que apoiavam a decisão anterior procuraram o professor Amilco e colocaram suas posições. "Mas ele culpou as Ligas pelo fechamento do Banco de Dados", disse-me um deles. "Falou que as ligas não repassavam os dados. Aí perguntamos porque tais Ligas não foram punidas? Ficamos sem resposta", me falou o tal dirigente.

Outra coisa: Cada Liga poderá estabelecer os critérios do seu campeonato, como a idade mínima. Ouvi também que embora no Municipal a idade mínima é de 40 anos para a categoria de veterano, "eu posso permitir que as equipes usem jogadores bem abaixo desta faixa etária", disse-me um presidente de liga. E no Municipal fica um vácuo de mais de dez anos. Um cara de 30 já está fora da faixa para atuar contra garotos de 19 e 20 anos, por exemplo. Por que, então, não dividir a categoria de veterano em duas? Uma de 30 a 40 e outra acima dos 40. Será que dá tanto trabalho assim?

Luiz Carlos Oliveira, jornalista